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ANÁLISES INTUITIVAS - Espiritualidade, filosofia de bar e uma mulher solitária

Tudo bem, eu sei, o título começa bom e termina deprimente, assim também sou eu!


(fim do texto)


Brincadeira! Eu tenho esse complexo de inferioridade que me difama o tempo todo, e por vezes, sem perceber, eu me expresso através dele. Qualquer dia eu vou escrever um texto deixando esse monstro dominar!


Falando em coisas grandes, eu tenho grandes sonhos para esse blog aqui... Quero que mais pessoas estranhas, meio espirituais, meio filosófas, meio sozinhas, se encontrem por aqui, pois eu acho que essa trindade (in)completa forma e reforma todo ser-humano.


É justamente sobre essa trindade que o blog inteiro vai se debruçar, ao esmiuçar os temas e propósitos que surgirem por aqui. Eu sou uma pessoa que está quase sempre inquieta internamente, e nas palavras eu me ordeno, por isso, quase todo texto será uma crise existencial redigida, uma pseudo-revelação, uma divagação da vida. Não quero te transcender, mas quero viajar contigo, então respira fundo… E permita-se :)


- O site começa com um processo alquímico d'alma dele próprio. Leia com um olhar simbólico -


Se eu não for o meu conflito, quem vou ser? Sinto que há sempre uma necessidade de incômodo em mim, para que haja uma futura resolução, uma finalização, uma narrativa! É sobre essas narrativas que eu preciso tecer mentalmente, para que a realidade me faça algum sentido. Não acho que tecê-las seja o problema, mas tenho comigo que essa nossa ideia de que sabemos falar fora de uma linguagem própria, é irreal!


Como eu poderia tecer uma narrativa sobre mim, se nunca tive acesso a minha palavra?

Toda palavra que me foi dada, não era minha, era do outro, desse outro invisível e constante, que nos roubou de nós mesmas… Estamos tecendo nossas tramas com palavras impostas, alheias.


Caso eu crie a minha palavra, caso eu crie palavras novas, serão guiadas pelo quê senão minha vontade mais interna e primal? E além disso, quem vai me entender, caso essa comunicação seja tão visceral?


Pois o meu problema é justamente meu medo desse lado feral que me esganiça a todo momento. Na busca insaciável por fazer sentido, por ter razão sobre mim mesma e sobre o mundo, eu me perdi.


Estava tentando me encontrar na arte, e inclusive, fazendo arte propositalmente. Digo propositalmente, pois arte é tudo, queira ou não, e acredito inclusive que ela está involuntária ao nosso olhar, desregrada dele, que a arte vive por si mesma… E é dessa arte que preciso que se atentem, essa arte intuitiva, essa coisa numinosa, de pouca matéria e muito efeito. Esse sopro de vida que todo mundo já sentiu, seja quando segurou um bebê no colo e percebeu a preciosidade da vida, fosse com os chameguinhos do seu bichinho de estimação, ou o alívio de beber um copo d’água gelado num dia quente, são pequenas frações dessa arte que preenche e transborda, a arte da vida em si.


Muito bem, eu estava fazendo arte propositalmente, e percebi que para além da estética, da forma, havia uma ideia a ser apresentada naquela performance artística, uma essência. Eu estava me conectando a uma inteligência que habita em mim, e minha mente foi caminho, não fim! Ao contrário do que estive habituada, não atingi esse algo através da dinâmica onde eu me esforço para chegar na resposta, foi justamente o contrário... A resposta estava alí, eu só precisava parar por um momento e percebê-la, imóvel, enorme, presente.


Ao silenciar a finalidade, encontrei a mim mesma. Isso não significa que me tornei uma sábia, não significa que estudei as altas ordens de magia, não significa que agora desvendei os mistérios do material e do espiritual ou que sou a reencarnação de Jung. Não transformo água em vinho, não curo doente nenhum, não faço milagres, eu faço arte! Eu sou expressão da natureza fluindo pelas minhas veias, estampando no meu rosto a morte do silêncio extravagante que me fizeram.


E eu percebo isso quando me formo, e me reformo, conforme disse que faria no início do texto. Tal qual quem eu sou, a trindade também se renova:


A espiritualidade é a busca do além, do ideal - Me aceito como sou no agora, mundana e imperfeita.

A filosofia, o pensar sobre a vida - No fim, sou eu, intrínseca em toda filosofia que gesto ou adoto.

A solidão, que me garante um espaço de unicidade - É quebrada, quando admito que meus sentimentos mais engenhosamente únicos, transpassam corpos que nunca vi.

Ao fazer isso, não tenho medo do outro, nem de mim, nem do mundo… Tenho vontade de viver e descobrir, de ver, experienciar e explorar. Quero que o blog se espalhe, pois para além de uma representação pessoal das minhas espiritualidades, filosofias e solidões, ele expurga dores que não estão só em mim… Afinal, somos todas mais ou menos humanas, não é?


Ele é parte da minha palavra, da minha linguagem perdida, e me dá a liberdade de finalmente falar.

Minha falta de palavra própria alimentava minha agonia, fruto do meu silêncio involuntário. Quantas mais ainda não encontraram a liberdade de falar sem traduzir-se?




Olha que bonitinho, o arco-íris

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